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Ar Fresco

sexta-feira, maio 12, 2006

Afinsa


É incrível que os governos espanhol e português tenham reagido com quase indiferença a este problema, considerando-o um caso de polícia. É óbvio que é um caso de polícia, mas a questão é: como foi possível deixar que uma empresa, com esta dimensão, oferecesse um produto, sem qualquer controlo de qualquer espécie.

Que haja charlatões que enganem as pessoas através de venda porta-a-porta, por mailings, etc., é natural que o Estado não consiga controlar todos estes esquemas. Agora a Afinsa e o Fórum Filatélico eram duas grandes empresas, que vendiam produtos financeiros, baseados em bens tangíveis, selos, cuja avaliação dependia da mesma entidade que emitia os fundos. Ou seja, haveria sempre valorização, enquanto a evolução e crescimento do suposto valor filatético fossem controlados pela entidade emitente.

Bem sei que mesmo empresas cotadas em bolsa e "auditadas", veja-se a Enron, podem cometer fraudes e mascarar resultados através de actos ilícitos contabilísticos. No caso destas empresas filatélicas, estava-se mesmo a pedir uma situação como esta. E agora, quem vai explicar aos investidores menos informados, que estas empresas nunca poderiam ter existido, pelo menos sem um controlo da CMVM ou outra qualquer entidade externa...

Como é típico, vamos assobiar para o ar que não é nada connosco... e dizer que agora é que é, agora é que vamos legislar e estar atentos...